terça-feira, 29 de abril de 2008

De forno e fogão

Minhas virtudes culinárias são pra lá de conhecidas pela família. Além de não levar muito jeito pra coisa também não tenho o menor interesse em me especializar.

Vai que ontem resolvi surpreender meu esposo com um delicioso pudim de leite e você que já está aí rindo às bandeiras despregadas já antevendo o meu fracasso, acertou. Claro que só poderia sair uma droga.

Pois que botei os ingredientes tintim por tintim dentro da tal forma própria pra fazer pudim, botei um copo dágua no recipiente que vai embaixo, coloquei o pudim na forma e a desgraçada por cima. E fui tranquilamente navegar na internet enquanto a poção dos infernos ficava pronta.

E não é que o raio da forma tinha que ficar cheio de água? Essa eu não sabia, dali nem vinte minutos meu filho vem aqui me informar que tem uma fumaceira saindo da panela. Largo à contragosto o pc onde navegava tranquila por estas páginas maravilhosas e me abalo até a cozinha.

O pudim secou, grudou na forma. Tento tirá-lo de lá e o maldito não quer sair de jeito nenhum. Depois de manobras pra lá de arriscadas (visto que a forma está pelando) ele finalmente abandona o local onde pensei que teríamos que comê-lo, uma vez que se recusava a abandoná-lo.

Quando olho minha "obra", fico decepcionada. Parece um sapo grande, com as 4 pernas arriadas, esborrachado no prato. O gosto até que ficou passável.

Quando meu marido chegou, servi-lhe a porcaria e ele comeu à custa de ameaças:

- Se reclamar ou fizer qualquer gracinha a respeito da aparência eu nunca mais tento fazer nada. Vai passar a pão e água.

Ele comeu, compenetrado, vez por outra cutucando a meleca doce com que o presenteei com uma colher, em outras levantando-a e olhando por baixo com ar curioso. Mas comeu CA-LA-DO.

(zailda mendes)

domingo, 27 de abril de 2008

Sobre o que falam as mulheres

Uma coisa que homem nenhum jamais irá entender é sobre o que falamos. Já disse um poeta que mulheres têm uma forma de falar que ele mesmo chamou de "vago-específica":

- Onde vamos colocar este?

- Coloca lá junto com as outras?

- Quais? As de ontem?

- Não, aquelas que colocamos depois das outras.

E a gente sempre se entende, não importa que qualquer macho que ouça a conversa coce a cabeça com ar de guarda que acordou no meio do páteo do sanatório feminino. Sobre o que falamos é algo que só uma mulher poderia entender. Não adianta ficar ouvindo as conversas porque um homem nunca decifrará o código. Para entender, tem que pensar como mulher, e está aí uma coisa que um espécime do sexo masculino jamais conseguirá fazer.

(zailda)