O cérebro masculino funciona por prioridades e cada uma tem seu compartimento. Se estão falando de futebol ele abre lá a portinha da caixinha do futebol e de lá de dentro saem coisas que até Deus duvida: quem foi o técnico da seleção argentina no ano em que o reserva brasileiro tinha saído pra tomar água quando começou o primeiro tempo; a camisa que o treinador de goleiros usou no jogo das quadras de final do ano de 1900 e bolinha; a formação do time em 1953 (quando ele nem tinha nascido!).
Com tanta dedicação e informação “trash”, não me admira nada que o cérebro deles funcione tão mal para coisas do cotidiano e que são óbvias para nós.
- Onde está a minha camisa branca?
Pergunta idiota, já que ele tem 30 camisas brancas, todas iguaizinhas, sem tirar nem por, e a que ele quer só pode estar em 3 lugares:
- no cabide, junto com as outras 29.
- na lavanderia, depois de ter sido pescada de debaixo da cama, onde ele a jogou.
- nele, já que são tão distraídos que nunca devemos descartar a hipótese de ele estar procurando uma camisa que já esqueceu que vestiu.
Para DR (Discutir a Relação) homem tem um “compartimento secreto”, que pode ser batizado de “compartimento do nada”. Lá não tem nada, quando entra nele o homem fica de olhos vazios, dizendo “an-han” ou movendo a cabeça num passivo “sim” mas seu cérebro está desligado.
Esse compartimento também funciona quando pedimos para ele fazer alguma coisa; quando contamos algo que só interessa pra nõs; quando reclamamos de qualquer coisa que ele fez ou deixou de fazer (mais frequente). Quando se refugiam lá, conforme meu marido me explicou, eles não pensam em nada.
É, isso mesmo! Não pensam em nada! Você, que é mulher, consegue entender como é ficar sem pensar nada? Eu não consigo, quando tento não pensar em nada aí é que as ideias vêm em borbotões.
Mas meu marido garante que consegue ficar sem pensar em nada. A gente sempre fica meio desconfiada, achando que “nada” é a loura boazuda que mora no apartamento de cima, mas eles garantem que nada é nada mesmo. Eu não consigo nem imaginar o que é “nada”, você consegue?
Zailda Coirano
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