domingo, 2 de novembro de 2008

O bicho homem

Você aí cara leitora, que tem um homem sob sua responsabilidade, seja marido ou namorado, já reparou que são como gatos? Gato não pode ver movimento que fica hipnotizado, com os olhos presos ao que provoca o movimento, chega a acompanhar com a cabeça. Parece a platéia de um jogo de tênis, a cabeça vai pra lá e pra cá.

Pois deixa você estar com ele passando na calçada, você convenientemente agarrada ao braço do indivíduo para evitar que escape, passa lá uma dona em sentido contrário, toda boazuda, com tudo balançando, rebolando as cadeiras. O homem ao seu lado já começa a suar frio, as pupilas dilatam e ele só responde com frases desconexas. Está hipnotizado.

Quando a dona passa por vocês o coitado só falta se matar e ficar com torcicolo, as forças contrárias agem poderosamente em seu pescoço, dentro dele surge a ordem imperiosa para virar-se para trás e apreciar tudo aquilo pelo verso, mas no braço sua mão exige soberana que olhe para a frente nem que não veja um palmo adiante do nariz. Nessa hora creio que se achassem um gênio da lâmpada pediriam 3 coisas: olhos na nuca, visão de raio-x e um par de binóculos.

Mas ver não tira pedaço, a dona nem vai dar bola mesmo, ele que coma com os olhos e lamba com a testa. E o que querem mesmo é olhar. Mesmo que não tenham qualquer outra intenção, são como gatos, já disse. E acompanham tudo o que se mexe.

Mas o transe passa fácil, nada que um bom beliscão bem dado não resolva, e volta tudo ao que era antes, pelo menos até que passe outrazinha. Aconselho que procure também alguma coisa para apreciar enquanto ele está lá arrumando um jeito de olhar pra trás. Enquanto olha você pode apreciar os homens que passam por você e sorriem, com um leve aceno de cabeça. Esses ele não vai ver e você pode curtir o saborzinho da vingança sem a menor dor na consciência. Se ele pode, você também pode.

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